Mesmo com tamanha inquietude, e com
tamanha dureza do que se é o eu, do que se é João, ao sentir o calor daquela
dose de olhares e do abraço, parecem-me servir de analgésico para a
alma.
Mesmo que
distante.
Mesmo que não
seja.
Mesmo que não
possa.
Mesmo que o fogo
queime e o vinho acabe, as doses arderão e embriagarão um ser encontrado
meio que perdido, meio que desorientado, inacabado, desestruturado por
"não se permitir" se estruturar no que se é pra ser, no que se tem de
ser. Todavia ele está sendo, e será, pelas alternativas do inato, do que é invisível à motivação de se continuar estereotipando um alguém que se
constitui de razões lógicas, racionais e que se permite de forma legítima e que
se enquadra no possível real. Aniquilando, qualquer possibilidade do que se
pode ser impossível ou transgressor das amarras relacionais deste mundo.
Ultrapassar o que
se estabelece, é uma ruptura dos moldes, é uma espécie de desvio e que, por
conseguinte é considerado um erro, ou uma anormalidade, ou uma sujeira no
padrão de pureza e de ordem social. Mas que permitem a subversão e a
capacidade de tornar desejos que vão além desta concretude para uma cadeia
desviante moralmente, eticamente, e que se pensadas numa fluidez do
agir, do ser, e liquidez das amarras são permissíveis. Assim, permito-me drogar
desses remédios teóricos que não são postos em prática por não haver mas lugar
para o campo racional, e sim emocional do que se fazer do homem, de mim.
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