quarta-feira, 13 de junho de 2012

Desapego



"Desapegar, desprender, desgrudar, desestruturar, des - habitus ...



"De tudo aquilo que permanece, estabelece um ritual, um apogeu continuo de condecorações fantasiosas de uma vida que diferentemente do que pesam é intemporal, no sentido de que as coisas se perpetuam a cada segundo que ainda há de vir e não se vão, ou passam , eles inter passam, interagem e entram pra história, internalizam no meu eu uma legítima verdade, que muda de fases mas nunca de essência"

domingo, 3 de junho de 2012

Montanha





"O devaneio da loucura, é que no real o impossível se torna crível."
O ser não apenas aceita a amarra, ele não nega, ele simplesmente...

pula, 
passa,
escorrega,

acerta em cheio aquele coração que não o pertence, que não faz parte do mundo possível das coisas, que está longe, numa montanha rochosa , gelada , áspera, fria, dura, mas que se deixa ser tocada pelo vento... 

Este que vem de mim, suave, doce, arrepiante, intenso, que inter passa qualquer longitude, durabilidade ou temporalidade, apenas Existe."

sábado, 26 de maio de 2012

Girassol




Era uma vez uma semente de girassol...
Certo dia um tal alguém (um homem)
Plantou uma tal semente
Em um tal jardim
De um tal lugar

O tempo foi passando e
a semente foi se transformando 
Crescendo e amadurecendo...

Passou por tempestades
Enfrentou momentos de seca
Turbilhões, furacões

Foram tantos devaneios 
Tantos rodeios...

Enfim ela brotou 
Surgiu num dia lindo
Com uma luz ofuscante 
Brilhante.

Ela sorriu ao perceber esta luz
Ela passou a iluminar 
O tal jardim
Do tal lugar
E a tal pessoa que a plantou.

Ela, a flor de Girassol.
Era tão amarela
Tão Bela 
Que não havia nada tão lindo quanto Ela.

Todavia a luz começou a sumir 
Um dia aparecia 
Outro sumia
Ela pedia 
A luz esquecia

E assim...
A flor começou a se machucar com seus espinhos próprios
A cada choro uma lágrima caíra no jardim...

Quando o tal homem 
Num tal dia 
Chegou ao tal jardim 
Do tal lugar 

E Observou que só havia
Pétalas caídas no chão
E um vazio tristonho de não ver mais 
Aquela flor tão linda.
E logo (O homem) entendeu:

- Pobre flor de Girassol, tão linda se apaixonou por esta luz
Por este Sol...
Sou que foi se indo
E nele 
O apaixonar da flor foi caindo...

Caindo no fundo
Despedaçando o mundo
Diluindo pétala por pétala 
A flor que chorava
Que implorava por um pouco de atenção

Não sentia, 
Não espalharia, 
Não exalaria,

Nenhum tipo de emoção!

- Pobre Flor que encantava a todos
Mas que agora se foi, deixando-me aqui.

Despedaçado...
Neste tal jardim...

Deste tal lugar...
Falando deste tal Amor...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Nego não querer





O mundo tecnológico permite conectar-me ao que se estar por vir
Permite ir para o além do aqui
Permite aproximar e mutuamente separar indivíduos
Seres lindos

Que pela força que se fomenta a conexão 
Desalenta-se a relação...

O todo, o conjunto e a interatividade do ser.
é sim fator sublime para o crescer
Crescer do homem, alvorecer dos sentimentos...

Sendo que  pela logística um tanto "moderna"
o não querer se deixa apenas 
"Deletar"
Como se o "outro" fosse algo não tão significativo
Construtivo...
No campo do sentir.

Ou seja. 

Não importa se eu me conecto ou relaciono
A interatividade do homem sempre vai existir
O individualismo solitário não consegue resistir 
A presença de um outrem que necessita do seu eu.

Classificar ideias moralmente modernas 
Que deixam-me inquietas permitem-me concluir
Que a temporalidade acaba por segregar pessoas
A racionalidade afasta sorrisos
Sucateiam lágrimas
E nos permitem amarras...

Se é tão simples atualmente "deletar" o outro
Por que tantas depressões?
Por que pessoas sofrem com seus corações?

Não sou eu nem será você Joaquim que me responderá
Nem sabemos onde tudo irá acabar...

Só não irei me dissociar
Do meu amar
Não irei me submeter aos processos culturais 
Que fazem tantas pessoas sofrerem
Não vou privar-me do ser feliz
Por uma incapacidade daqueles que não conseguem 
Este sentir

Não deleto o instante
Não quero ficar na tua estante
Não deleto a viagem
Não quero perder tua imagem
Não deleto o teu eu
Não quero perder o amor que você me deu
Não deleto seus dizeres
Não quero perder os nossos prazeres

Nego não querer, 
Afirmo sim te ter,

Desconstruo conectividade e relacionar-se
O desvio de ir para além 
É o que nos faz refém
Desse desejo louco
Desse ardor fogoso
Que é o devir de te amar.






quarta-feira, 9 de maio de 2012

Amarra

Mesmo com tamanha inquietude, e com tamanha dureza do que se é o eu, do que se é João, ao sentir o calor daquela dose de olhares e do abraço, parecem-me servir de analgésico para a alma. 

Mesmo que distante.
Mesmo que não seja.
Mesmo que não possa.

Mesmo que o fogo queime e o vinho acabe, as doses arderão e embriagarão um ser encontrado meio que perdido, meio que desorientado, inacabado, desestruturado por "não se permitir" se estruturar no que se é pra ser, no que se tem de ser. Todavia ele está sendo, e será, pelas alternativas do inato, do que é invisível à motivação de se continuar estereotipando um alguém que se constitui de razões lógicas, racionais e que se permite de forma legítima e que se enquadra no possível real. Aniquilando, qualquer possibilidade do que se pode ser impossível ou transgressor das amarras relacionais deste mundo. 

Ultrapassar o que se estabelece, é uma ruptura dos moldes, é uma espécie de desvio e que, por conseguinte é considerado um erro, ou uma anormalidade, ou uma sujeira no padrão de pureza e de ordem social. Mas que permitem a subversão e a capacidade de tornar desejos que vão além desta concretude para uma cadeia desviante moralmente, eticamente, e que se pensadas numa fluidez do agir, do ser, e liquidez das amarras são permissíveis. Assim, permito-me drogar desses remédios teóricos que não são postos em prática por não haver mas lugar para o campo racional, e sim emocional do que se fazer do homem, de mim.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Caleidoscópio de ideias





















Pensar nas possibilidades, nas alternativas
no que se pode escolher
No que você pode se submeter
São modos, meios e lógicas

Até cosmológicas
que de certa forma afeta no agir do homem.

No agir não certo por inteiro,
No agir que move à indecisão
de ter que se decidir.

A fuga, ou a simples inércia de permanecer
talvez não tenha logística na temporalidade
Minha subjetividade sussurra ideias ao mundo
E os ventos que ouvem, espalham meus clamores

Conflituosos, dolorosos, malucos.

Frutos de um mundo outro
de outros, e de mim.

Simplesmente o que há de se fazer?
Continuamente
Cotidianamente
Viver o que há de se viver
E se existe vermelho , azul , amarelo, rosa , verde e
lilás..

O sentido é não categoriza-las e sim mesclá-las,
mistura-las dentro de cada um de nós.
Sentir e saber o que o todo se faz em nós
que o arco-íris da vida está bem ai
que o escolher converge com a dinâmica
de compactar as ideias, de conseguir
exprimir o que há de mais belo em você
e no seu dito eu.



quarta-feira, 2 de maio de 2012

Não nego


Braço
Abraço
Laço

Duro aço,
que no meu cansaço de amores
trouxe...

Um hábito de procurar
a segurança que se envolve
e move meu pulsar
apenas com o teu apertar

Se pudesse
Mesmo que meia desafinada
gostaria de ser sua amada
O que falta ? O nada ?
O tudo ? O outro?
Eu? você? Eles? Elas?

Ou não falta? sobra?
Transborda? transcende?
Ultrapassa? Exagera?

Confusa de pensar em pensar que não devo pensar
Não devo , não posso!
Não
Não
Não

Não nego, só você pra causar esses causos lindos de
me fazer sentir feliz!



"Erro certo "







"O que me move não tem sentido, e o que é pra ter sentindo já se foi.Se foi de tal maneira, que as aberrações e erros, deste contexto da realidade, se tornam uma luz, uma estrela a iluminar um corpo apagado, e que de forma contrária ao seu verdadeiro significado, torna-se positivamente um acerto, um bem, um amor."

Te ter

"É como se a pedra movesse
O vento parasse
O sorriso fechasse
A lágrima secasse
Impossível?
Não! 
Apenas permanece.
Engrandece
Enlouquece."

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Desestruturação


Dizem que tudo é uma questão de ordem, 
Que de certo modo necessitamos de nos organizar
E seguir  ditos padrões estruturantes para nossa suposta vida....

Mas o que isto? Será de certo modo fora deste "cluído" de normas
o normal para se viver?

Ah deixa explicar, estou coberta de desestruturação. 
Ou indo mais além , estou coberta de amor
um amor infinito
e longe de ser consumido pelo padrão legítimo das coisas...
Ele vai se construindo, fluindo .. indo...

Indo para além de qualquer amarra

Ele simplesmente impera e paira na minha vida
e nos meus sentidos e na minha realidade...

Deixa!
Já busquei no meu consciente uma maneira menos dolorosa de partir
Todavia vivo o inconsciente neste exato momento e seguindo esta perspectiva...
Ir não faz sentindo, e o que faz sentido é não ter sentido algum...

É fluir e deixar esse ardor, esse queimar dos abraços
nos envolver e nos aquecer
De maneira que o olhar nos faça sorrir
Que o tocar nos faça permitir
Que o beijar nos consolide à nos apaixonar
Mais e mais e muito mais...

Infinitamente não será mais um
Não é, não será ...
Você transcendeu a estrutura do meu ser
do mundo e até de você

Normal é ser louco 
ou a anormalidade é a lucidez ...

Assim não sei , nem Maria e nem José
apenas o tempo , o dia , a noite, o sol e a lua ...
Guiará esta turbulenta e ardente Paixão.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Força da paixão

A cada dia novas esperanças
Sempre no dito novo encontra-se a possibilidade de ser feliz
e tudo aquilo que se foi, os calos que nos deixaram chorar viram lembranças...
Posto que para nos inundarmos euforicamente de sorrisos esteja por um triz...

Um segundo apenas falta para que você dê a volta por cima
Um segundo apenas falta para que você encontre o seu eu
Um segundo apenas falta pra que você entenda que estou aqui
Um segundo apenas falta, haja, pois posso partir...

Não sou tola o suficiente para não compreender o presente...
Acredito no fato, no ato, de que você está realmente apaixonado
Mas de tanto, apresenta-se recuando
Por que está armado?

Coração bobo esse seu de não querer conhecer o tal amor
e mas bobo o meu de temer ao teu medo
e querer se entregar por inteiro ...

No ápice exato da paixão aceitações são concluídas
Respostas são respondidas.
Nada mais passa na mente a não ser única a nossa vida...

Você e eu um enigma incerto
Um talvez correto
Uma interrogação nesse contexto de sedução...

Olhar-te agora me faz bem
E disto não posso e nem quero me afastar
Se for certo ou errado quem saberá?
Só Deus, só o mundo, só o tempo nos dirá!